domingo, 15 de março de 2015

Um março longo.



O país está dividido, esquerda, direita, preconceitos e palavras de ódio, a questão deixou de ser partidária e transformou-se em uma questão social e de sexo, onde a agressão se dar principalmente a mulher. Em pleno 08 de março, dia internacional da mulher a primeira presidenTA do Brasil em seu segundo mandato,  foi agredida verbalmente com vaias e xingamentos machistas, de puta, vaca e outros mais que queira Lula saber quais foram, justo no dia da Mulher inventam um tal de panelaço, poderia ser qualquer coisa, inchaço, tijolaço, gritaço, mas não, foi Panelaço, segunda demonstração do quanto o nosso país é ainda patriarcal. Estávamos a um passo para uma sociedade desenvolvida e igualitária, mas a "classe alta" que pode pagar uma empregada não quer ver uma mulher negra e pobre fazendo faculdade de Direito em universidades particulares, estamos lado a lado da democratização e socialização de um país desigual há tanto tempo, mas há ainda as moças que tem vergonha de não saber cozinhar e o rapazes que acham que o sexo feminino não entende de política e que lugar de mulher é na cozinha. Foi isso o nosso dia de comemoração de luta da classe oprimida que está conquistando a cada dia mais lugares na sociedade, as mulheres de empresários estão fazendo um panelaço com o terceiro mês do segundo mandato de Dilma Rousseff, a Senhora que sancionou o feminicídio e está colocando na porta da frente a descriminação do aborto. Não sei se corro ou fico, nós deveríamos bater no seio e dizer que estamos conseguindo, enquanto a França a 40 anos da luz à mulheres que tem direito e liberdade sobre seus corpos, o problema pode ser político e econômico, mas não é motivo para chamarem uma mulher de vaca, a não ser que ela seja sua amiga mais íntima e isso não siga como ofensa. 

O que parece é que os homens amedrontaram-se, notaram que o país está caminhando para uma sociedade matriarcal e socialmente desenvolvida, onde mulheres, negros e pobres estão tendo seus devidos lugares, universidades, empresas, rolezinhos em shoppings, e agora falta empregadas domésticas, porque elas conseguiram abrir seu  próprio negócio, é esse o negócio, o medo da classe bem sucedida é que todos ocupem o mesmo espaço, por isso criaram o tal panelaço. Não adianta gritar, querer tirar quem está no poder, o Brasil é imenso, não dar pra tomar conta de mais de 200 milhões de pessoas, não dar pra descobrir todos os problemas sociais e econômicos em apenas 8 anos, mas nesta estadia de oito anos no governo o partido de "esquerda" mudou a vida de alguns muitos brasileiros, então há mais facilidade em atribuir a culpa a um gênero que há séculos é culpabilizado, porque ninguém notará esse preconceito (machismo), encontrar a culpa em uma mulher no meio de tantos homens corruptos é fácil, mas encontrar a coragem e a insistência em melhorar o país que ela tem em um homem sequer que é meio difícil. E sobre o 15 de março, não adianta tentar derrubar uma mulher, quando isso acontece todas elas se levantam.