domingo, 23 de abril de 2017

(Im) permanência


Um dia o rosto
No outro a barriga
No outro o seu vômito
Outro dia as pernas
Outro a comida
Um dia os rabiscos
No outro os hibiscos
Outro dia a dor
Outro dia a derrota
No outro o alagamento 
No outro a morte.
Um dia feminista
No outro machista
No outro construtiva
Outro destrutiva, destruída
Corrói 
É só a dor
Um dia lagarta
No outro asfalto
No outro película
No outro o outro.
Teatro da dança das outras.
Um dia mulher, noutras mulheres que choram, me esmagam com os seus gritos em meu colchão. Um dia ninguém, noutros, todos os dias solidão nessa cidade de cãibras.

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