domingo, 23 de abril de 2017

Sonhos esquecidos.


Acorda em soluços, mãos molhadas de água salgada dos olhos, mas com o quê sonhavas?  Por que choravas tanto? 
Não sabes,  não lembras. Seus sonhos são memórias esquecidas assim que abre os olhos de um sono cansado.

E os sonhos externos? 
Estão em coma desde o ano de dois mil e nove, quatro anos depois eles morreram junto com o sono, não sei mais onde conseguir novos planos, novos sonhos, novas vontades.
O corpo vive em busca de desejo,  duas horas e ele esta satisfeito.

E a alma?
Morre um pouco a cada segundo contado.
Os afetos nunca entraram pela porta da frente, os amores atravessam a janela com cortinas de flores, mas nunca os vi, o amor é uma ilusão.
Rotina, suor, frio e a falta de receitas, recitadas pela memória. 
Os sonhos foram esquecidos por um corpo que guarda culpa católica,  por uma alma inquieta, por planos que só saem da tinta azul da Cis, os sonhos são esquecidos quando abro os olhos e lembro-me dos atrasos dos anos passados, dos planos que estão ali prontos para começar mas o corpo cansado não deixa seguir.

Onde estão os planos? 
Enterrados junto com pilhas de papéis que estão a km de distância,  que estão perdidos entre dados de um computador velho e a criatividade que falta-me. Esqueça os sonhos antes de acordar, eles são passado que não terão tempo de existir.

A angústia não deixa-me existir desde que ela partiu.

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