segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Empresta-me Ti.




Por favor, me empreste você. 
Devolvo-te no fim do dia, assim que o sol se pôr vermelho.
Vamos tomar um café e falar de amor;
Vamos olhar, pessoas, lugares, imagens, imagine aí.
Te quero para me alegrar, para falar e ouvir o silêncio também.
Vai embora no fim do dia.
Vamos falar de Tom Jobim, Cícero e das cartas que te escrevi;
Falar sobre as dores que tivemos e os ataques de risos;
É pra você saber que eu te quero. É pra você ensinar-me a arte do Sentir.
         Por favor me empresta você em Francês.
Empresta-me teus olhares, teu sorriso e tua barba;
Deixa-me senti-lo. 
Empresta-me tua poesia, te doou a minha; 
Vou querer neste dia o teu dom de me encantar.
Me leva, assim, leve com você, empresta-me você.
Iremos onde  tem alegria, onde o silêncio é cópia;
Vamos onde o amor esteja sentado, com dor de cabeça e sem flechas nas mãos;
Farei de ti único, sem medo nenhum de te perder.
Devolva-me no fim do dia.
Sem resquício de paixão, amor, só encantamento;
Sem medo da despedida, sem fobia do silêncio;
Tomaremos um café e depois nos deixaremos.
Uma carta te deixo no bolso.
Levarei o teus sorriso em meus lábios;
Faço de ti minhas noites de sono nos últimos anos;
Te levarei antes de acordar!