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Fotografia: Gui Curcino. |
Tenho esquecido as datas, tenho esquecido os detalhes e a beleza das mais importantes.
Lembro-me com vagueza o outono passado, sei que havia muito dentro mim, um corpo pesado de sentimentos, passava as tardes ansiosa esperando algo surpreendente acontecer, mas acontecia quando eu não esperava, enquanto isso em seus finais o sol descia entre os galhos, eis aqui uma falta, a estação que passou. E ela segue assim, meio termo, parece menino malandro, tem o amor mas não ama, é primeiro a queda pra depois o susto, primeiro o frio, depois o sol. Tenho sobras do outono passado, um casaco surrado de bolinhas brancas, a muito é o companheiro mais fiel que tenho.
E viro espelho pra mostrar que o ano passou e continuo com a mesma sensação, com o mesmo casaco, só que do lado de cá, embaixo do Norte. E os meses de outono são sempre feitos de indecisão, tem gosto de vento e saudade de verão, tem aquele velho ar de meio a meio, maio a maio.
É que o outono tem parte com a indecisão de todos os dias, ah se tem!
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